Pesquisa “Viver em São Paulo” aborda a mobilidade urbana na cidade Notícias

18/09/2018 14:00

Na última terça-feira (18/9) foi lançada a etapa de setembro da pesquisa “Viver em São Paulo”, parceria da Rede Nossa São Paulo com o Ibope Inteligência. O tema do mês foi a mobilidade urbana na cidade, abordando questões específicas quanto à poluição, ao trânsito, aos meios de transporte e à avaliação geral da agenda da mobilidade urbana em São Paulo. Os dados de 2018 têm como base 800 entrevistas realizadas com moradores do município com mais de 16 anos.

A qualidade do ar é uma preocupação para a maioria dos paulistanos: ¾ dos entrevistados afirmaram se informar frequentemente a respeito. Os problemas de saúde decorrentes da poluição diminuíram em comparação com pesquisas realizadas em anos anteriores. Em 2017, 59% dos domicílios declararam um ou mais casos. Este ano o número passou para 44%, concentrando-se em famílias de renda mais alta.

O tempo perdido no trânsito apenas a caminho da atividade principal do dia do paulistano (como trabalho ou estudo) é de, em média, 1h57. Os moradores das regiões Norte e Sul levam, em média, 2h05 nesse percurso. O deslocamento total, incluindo todas as atividades do dia, chega a 2h43 na média geral da cidade.

Apesar de seguir na liderança como o meio de transporte mais utilizado pelo paulistano, o ônibus municipal diminuiu em número de menções comparado com os dados de 2017, passando de 47% para 43%. Os moradores da região Sul são os que mais utilizam o serviço, chegando a 49% dos entrevistados. O carro apareceu como o segundo meio mais utilizado, com 24%, e o metrô em terceiro lugar, com 12%. Um dado surpreendente é que a grande maioria da população da cidade desconhece que o transporte público é um direito social garantido pela Constituição Federal: sete a cada dez entrevistados entraram em contato com essa informação pela primeira vez durante a pesquisa.

A lotação do ônibus é o principal motivo pelo qual as pessoas deixam de usar o transporte, seguido pela preferência pelo carro e pela demora de deslocamento com o serviço. Outra reclamação frequente é o combate a casos de assédio sexual no transporte público: quase metade da população avalia de maneira negativa a atuação do poder público nesse sentido.

Apesar de a maioria da população utilizar o transporte público para seu deslocamento diário pela cidade, o carro ainda é uma opção, mesmo que rara, para a grande maioria dos paulistanos. A necessidade de melhorias no sistema de ônibus municipais é indicada como a principal demanda para o aumento da predisposição em deixar o automóvel na garagem.

Quanto ao uso das bicicletas, cerca de 30% dos entrevistados têm como principal preocupação a falta de segurança para o ciclista. Já 48% avaliam de maneira negativa a manutenção das ciclovias da cidade nos últimos 12 meses.

As medidas do poder público para a melhoria da mobilidade urbana em São Paulo são, em sua grande maioria, aprovadas pela população. Apenas duas das nove propostas apresentadas foram mal avaliadas: a aplicação de multas para pedestres e a ampliação do rodízio de um para dois dias. As medidas com maior índice de avalições positivas são as multas para veículos que param em faixas de pedestres e a construção de faixas exclusivas de ônibus, ambas com mais de 80% de favoráveis entre os entrevistados. Mas a sensação de insegurança entre os pedestres permanece, chegando a 88%.

Acesse aqui a apresentação da pesquisa na íntegra.